Mérida | O que fazer na capital da antiga Lusitânia
Este foi um destino de que gostámos muito. Visitámos na época do Carnaval de autocaravana e ficámos absolutamente surpreendidos com a sua beleza histórica. Achamos que é exequível ver a maioria dos monumentos num dia, mas aconselhamos dois a três dias, para o fazer com calma e tempo. Um fim de semana é o ideal e é uma escapadinha fantástica, devido à sua proximidade com a fronteira de Badajoz, em Espanha – fica a 50km.
Augusta Emerita, actualmente Mérida foi capital da antiga Lusitânia – que incluía quase todo o território actual de Portugal, abaixo do rio Douro, mais a região da Estremadura espanhola e parte da província de Salamanca. Foi fundada em 25 a.C por Ordem do imperador Octávio Augusto. O conjunto arqueológico de Mérida foi considerado Património Mundial da Unesco, em 1993.
O que fazer em Mérida?
Os museus e os seus monumentos são sem dúvida o mais marcante numa viagem até Mérida, mas também o centro é muito agradável para passear. Quando passeamos pela cidade é comum ver vestígios romanos numa rotunda, em algumas ruas e até mesmo o Templo de Diana, que quase tropeçamos nele. A ponte romana também é imensa e grandiosa.
Dica: É possível comprar um bilhete conjunto, que dá entrada nos principais monumentos.
Preço: 15€ adulto normal – 7,5€ reduzido, estudantes Monumentos que alberga o pass completo: Teatro e Anfiteatro Romanos | Circo Romano | Alcáçova Árabe | Conjunto Arqueológico de Morería | Cripta da Basílica de Santa Eulália | Casa del Mítrio
TEATRO ROMANO
Menéndez Pida foi o arquitecto que dirigiu a sua reconstrução a partir de 1964. O inicio da sua escavação em 1910, foi um marco fundamental na arqueologia de Mérida. Após o seu restauro, este, é o único edifício que retornou a ter a sua função original, realizando-se desde 1933 o Festival de Teatro Clássico.
Está concebido dentro do plano urbanístico da cidade e situa-se numa das extremidades do recinto amuralhado. A bancada tinha capacidade para 6000 espectadores e tem treze portas que comunicam com o exterior. Dividida em três sectores, em tempos serviam para diferenciar por classes sociais.
Tanto artística como arquitectonicamente, a boca de cena é a zona mais fabulosa do Teatro. Entre as colunas de ordem coríntia, encontra-se uma série de esculturas (réplicas das originais).
Por trás do cenário, foi construída uma grande zona de jardim rodeada por pórticos com colunas, que servia como área de recreio.
MUSEU NACIONAL DE ARTE ROMANA
Obra de Rafael Vallez, é um edifício colossal, com um uso do arco de meio ponto, a utilização de cimento e tijolo, recria os grandes edifícios do período tardo-romano.
No seu interior podemos contemplar inúmeras colecções de escultura romana e mosaicos da península. Os elementos estão todos muito bem conservados e permitem aproximar-nos da vida quotidiana dos primeiro emeretenses.
Esta visita proporciona-nos uma visão global de como funcionou esta grande cidade romana e de como através dela foi administrada uma vasta província, o mais Ocidental do Império Romano.
Dica: O Museu é gratuito a partir das 14h de sábado e durante a manha de Domingo. Nós por acaso fomos a uma segunda-feira e também não pagámos. O preço normal é 3€ e a tarifa reduzida é 1,5€.
TEMPLO DE DIANA
O foro era a principal praça pública das cidades romanas. Augusta Emerita, contou com dois foros. Actualmente podemos contemplar uma reconstituição dos seus volumes a partir dos vestígios encontrados na sua escavação.
Designa-se com este nome, Templo de Diana, desde que no séc. XVII assim lhe chamou D. Bernabé Moreno de Vargas, historiador local. Começou a escavar-se no ano de 1972 e pôde constatar-se que na realidade se trata de um templo destinado ao Culto Imperial.
Dos edifícios romanos mais antigos da cidade e o único exemplar da arquitectura religiosa romana que tem perdurado em Mérida em excelente estado de conservação.
ALCÁÇOVA ÁRABE
“Em nome de Alá, o clemente, o misericordioso. A bênção de Alá e a sua protecção para os que lhe devem obediência. Mandou construir esta fortaleza e assim a fortificou, como lugar de refúgio para os que estão sujeitos à sua obediência (…)”
Esta inscrição está feita numa placa de mármore e instalou-se sobre porta de acesso à Alcáçova para comemorar a sua construção, sendo o primeiro monumento erguido pelos muçulmanos em Espanha.
A ocupação de Mérida no ano de 713 pelo exército muçulmano, sob o comando do general Musa ibn Nusayr, depois de um longo assédio, marcou um novo marco na evolução da história da cidade. Este foi o início do declive secular de que não se iria recuperar até meados do séc. XIX.
Os principais objectivos para esta construção foram os de servir de protecção aos seus governantes e súbditos, durante as frequentes revoltas dos emeritenses, além de controlar a passagem através da ponte sobre o rio Guadiana.
CASA DEL MITRIO
É conhecida por este nome devido à sua proximidade com os vestígios achados num solar ocupado pela praça de touros – os ditos restos estão relacionados com o culto a Mitra.
A casa foi construída em finais do século I, ou em começos do século II . Algumas das estruturas ou decorações são de datas posteriores, dadas as remodelações que o seu uso tornou necessárias.
Como em todas as moradias deste tipo, sobressaem nela dois elementos:por um lado, a decoração das suas estruturas, pinturas e mosaicos, que permitem ao proprietário reflectir sobre o poder e riqueza, e por outro lado, o predomínio dos espaços abertos sobre os fechados. Algumas divisões tinham um uso exclusivamente familiar, enquanto outras, serviam apenas para receber convidados.
AQUEDUTO DE LOS MILAGROS
Ao projectar-se a cidade Augusta Emerita, um dos principais problemas a serem resolvidos foi o fornecimento de água, tanto para satisfazes as indústrias, como para satisfazer as necessidades dos seus povoadores. Assim foram construídas algumas barragens e aquedutos.
Por este aqueduto passava a água da barragem de Proserpina até Mérida. Trata-se de uma potente arcaria, de 830m de comprimento e 25m de altura máxima. Os seus arcos esbeltos foram realizados em granito combinado com tijolo, o que dá um cromatismo original à obra.
A sua construção supõe-se que se tenha realizado na época de Augusto, finais do séc I a.C / princípio do séc. I d.C, embora na época romana devesse ter sofrido alguns restauros.
PONTE ROMANA
Desde a fundação de Mérida, que a cidade se tornou no centro mais importante de comunicações do Oeste da Península Ibérica, tanto pela categoria que ostentou como capital da Lusitânia, como pela facilidade de passagem que deu a ponte romana sobre o rio Guadiana
Traços do seu aspecto original podem ser observados nos troços correspondentes ao início e ao final da obra, visto que por um lado as grandes cheias do rio, e por outro conflitos bélicos, tornaram necessários numerosos restauros.
A ponte mede 792 m de comprimento e 12m de altura em relação ao nível médio da água.Tem 60 arcos e orifícios entre eles nas zonas onde a força da corrente é maior. A construção passou a ser exclusivamente pedonal a 10 de Dezembro de 1933, dia em que se inaugurou a nova ponte da Lusitânia.
CIRCO ROMANO
As competições que tinham lugar no circo e as funções do anfiteatro eram os dois tipos de espectáculos que mais atraiam a atenção do povo na época romana.
Pela sua extensão e capacidade de espectadores, o circo é o maior de todos os edifícios para espectáculos públicos que foram construídos pelos romanos em Mérida. Crê-se que tenha sido construído nos primeiros anos do séc. I d.C, pouco depois da fundação da cidade.
A sua planta mede aproximadamente 400m de comprimento, por 115m de largura, correspondendo ao modelo comum deste tipo de obras. A capacidade era para 30 000 espectadores.
ARCO DE TRAJANO
A sua denominação é produto da tradição popular emeritense, não tendo qualquer tipo de justificação. Tem 15 m de altitude e está realizado com grandes silhares de granito e estes, por sua vez, estariam revestidos de mármore.
Encontra-se situado no Kardo Maximus – a via principal da cidade romana, que a atravessava de norte a sul – e talvez desse acesso a um espaço sagrado que precederia um templo dedicado ao culto imperial.
BASÍLICA DE SANTA EULÁLIA E HORNITO
Em 1990 iniciaram-se na igreja de Santa Eulália obras de remodelação, que deram lugar a escavações arqueológicas do seu subsolo, tendo como intenção a defesa e conhecimento dos vestígios que havia no solar.
É possível visitar o subsolo da igreja, onde através de um itinerário preparado, podemos ver restos arqueológicos descobertos.
A igreja no ano de 875 ficou sobre o domínio muçulmano e a comunidade cristã de Mérida teve que emigrar para Badajoz, abandonando-se a basílica de Santa Eulália, embora não se perdesse a memória da sua existência. Após a reconquista da cidade esta foi reconstruída, dando lugar à igreja actual.
Mérida no mapa:
Para pernoitar de autocaravana :
Para pernoitar de autocaravana em Mérida com algumas condições ( sem barulho e perto do centro) não existem assim muitos sitios, pelo menos que tenhamos visto.
Existe um parque pago para autocaravanas perto do centro, com o custo de 12€ por dia/noite . Tem as facilidades básicas. Coordenadas :N 38°55’08”, W 6°20’10”
No centro existem alguns parquímetros e é complicado estacionar. Nós optámos por estacionar a cerca de 1,5km do centro, junto ao rio Guadiana num local onde ao domingo se realiza a feira. Não achamos que seja o sitio ideal, pois é um pouco longe de tudo, mas é uma opção para quem não queira gastar dinheiro na pernoita. Fica perto de um parque onde as pessoas costumam ir correr. Ficámos lá duas noites sem problemas.
Coordenadas : 38.923605, -6.356283
Antes de chegarmos a Mérida almoçámos numa barragem muito porreira, calma e que deve proporcionar uns bons mergulhos no Verão.
Coordenadas : N 39°21’55.4328” W -6°18’10.26”
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