Georgia | Caminhada de 4 dias de Mestia para Ushguli pelas Montanhas do Cáucaso

Esta caminhada de 4 dias pelas montanhas do Cáucaso, foi o ponto alto da nossa viagem de 17 dias pela Geórgia, embora tenhamos adorado todo tempo passado neste pais, esta caminhada pelas paisagens que vimos, pelas pessoas que passaram no nosso caminho, pelas aldeias visitadas e pelo esforço físico que ultrapassámos, tornou-se sem dúvida uma experiencia única.

Quando decidimos visitar a Geórgia, pensámos em fazer uma caminhada de alguns dias pelas montanhas com o intuito de conhecer um pouco melhor as montanhas do Cáucaso e de fazer algo diferente, como estar vários dias a andar a pé toda a experiência por de trás disso.

Fizemos uma pesquisa de possíveis caminhadas que pudéssemos fazer e com base no livro que comprámos para a viagem ”Bradt Travel Guides‘ e neste site ”www.caucasus-trekking.com’‘ decidimos fazer uma caminhada de 4 dias entre Mestia e Usghuli, na região de Svaneti no norte do país. Este percurso tem aproximadamente 60 km e está dividido em 4 etapas. 

Mapas do percurso

O que saber antes de ir

Quando ir

É possível fazer este percurso entre Junho e final de Outubro, no entanto tudo depende do tempo, pois é necessário que não haja gelo/neve para que seja possível percorrer a pé estes 60 km. 

Este percurso é a caminhada de vários dias mais conhecida da Geórgia e pelos que lemos nos meses de Julho e Agosto existe um pouco de gente a mais, para quem queria caminhar sem estar sempre a ver pessoas. 

Outubro é uma ótima altura para ir, em primeiro lugar o tempo é mais ameno, tivemos temperaturas entre os 2ºC e os 14ºC, o que é ideal para caminhar, se já nos fartámos de suar e de beber água, mesmo estando de calções e t-shirt durante o tempo quase todo, no verão o calor deve ser insuportável. Em segundo lugar, existem mais caminhantes, o que é sempre bom pois podemos conhecer outras pessoas, mas em pequeno número, o que nós faz caminhar por vezes durante várias horas sem ver ninguém. Outro fator positivo de ir nesta altura do ano, é que o rio que necessitamos de passar a pé, tem um caudal mais baixo, comparativamente à altura do ano em que o degelo é maior ( Verão).

As cores de Outono, é outra razão que torna esta altura do ano perfeita para descobrir esta parte da Geórgia.   

Como chegar a Mestia

Antes de começarmos realmente a caminhada, é necessário chegar a Mestia, uma pequena cidade na região de Svaneti, no Noroeste do país. Mestia é a principal cidade desta região, conhecida pelas suas torres de Svan, fortificações típicas desta zona, usadas para defesa quer contra invasores, quer contra avalanches, algumas com mais de 1000 anos e por ser a porta de entrada para explorar esta zona.

Nós chegámos a Mestia vindos de Zugdidi, que é o método mais usual e mais pratico. É possível fazer a estrada desde Kutaisi, mas apenas de táxi privado, pois as marshurtkas não fazem essa rota.

Não foi fácil chegar a Mestia, perdemos a marshurtka anterior por uns minutos, e acabámos por ter de ficar 4 horas á espera que uma carrinha de 7 lugares enche-se.. não sabíamos que ia demorar tanto tempo, foi preciso chegar o comboio que vem de Tbilissi chegar, para outros dois turistas ocuparem os lugares que faltavam e pudéssemos seguir viagem. Os outros passageiros eram locais, que ficaram connosco à espera praticamente as quatro horas. Pagámos 30 (8€) Lari por pessoa e demorou 4h, com uma paragem para comer/beber alguma coisa.

Como sair de Mestia

Antes de chegarmos a Mestia, tínhamos ideia de tentar ir de Usghuli para Kutaisi pelo Zagari Pass, mas quando chegámos a Usghuli percebemos que embora possível, iria ficar muito mais caro, porque como não é comum as pessoas fazerem essa rota e ser uma estrada longa e perigosa, é necessário ir de táxi privado. 

O que fizemos foi voltar para Mestia e apanhar na manha seguinte a Marshrutka do 12h para Zugdidi por 25 Lari (7€). Às 17h, apanhámos o comboio para Tbilissi.

Onde dormir

O percurso está dividido em quatro etapas, sempre entre aldeias, aldeias essas com guesthouse’s. As casas são humildes e simples, ninguém é rico a alugar quartos na booking... as pessoas ainda conservam os seus modos de vida rurais, a comida é típica e praticamente sempre em doses generosas. 

À exceção da terceira noite, reservámos os alojamentos durante a manha pela booking. Fizemos isto porque quisemos escolher alojamentos com um bom feedback e ter a certeza que tinham quarto disponível. Na primeira e na segunda noite fomos os únicos hospedes, embora houvessem mais 2 quartos . Em todas as casas tivemos a opção que nos cozinhassem o jantar ou o pequeno-almoço/almoço.

Os valores da dormida são entre os 30-70 Lari, com refeições a custarem mais 25 Lari por pessoa. Nós gastámos 90 €, duas pessoas, 3 noites dormidas , 3 jantares e 2 pequenos-almoços. Todos os quartos/casas-de-banho estavam limpos.

Também se pode levar tenda e dormir num dos vários locais onde é possível fazer um pequeno acampamento. Desta maneira, é possível fazer a caminhada em três ou mesmo em dois dias e desfrutar de vistas lindissimas ao anoitecer/amanhecer.

Onde comer

Entre Mestia e Usghuli não existem minimercados, quanto muito existem alguns locais onde comprar bebidas, mas poucos. Nós comprámos apenas uma água na guesthouse em Adishi, que tinha para venda garrafas de água e uma coca-cola. Quer isto dizer que se quiserem levar alguma coisa, como snacks, bebidas ou refeições, têm de comprar em Mestia.

Durante a caminhada é possível jantar e tomar o pequeno-almoço na casas das pessoas em que vamos dormindo. O jantar custa normalmente 20-30 Lari por pessoa, o pequeno almoço 20 Lari e se quiserem também é possível levar o que sobrar do pequeno almoço ou pedir que preparem uma merenda para o almoço.

As refeições são à base de pão, ovos, salteados (quentes e frios), uma sopa, água, chá, vinho e chachá (bagaço). As quantidades são generosas e nunca ficámos com fome.

Em Mestia há bastantes minimercados e um pequeno Spar. Podem comprar pão fresco, existe uma farmácia, banco, posto da policia e uns quantos restaurantes. Comemos no Laila e no Lile, dois restaurantes que servem comida típica georgiana. Gostámos dos dois, a comida era saborosa e os espaços agradáveis. Duas pessoas comem e bebem por menos de 20 €.

Onde encontrar água?

Nós bebemos no mínimo 3 litros de água por dia durante a caminhada. Em Mestia comprámos duas garrafas e uns sumos e depois fomos pedindo nas guesthouse’s para que nos enchessem as garrafas. A água da torneira é boa para beber, já nos riachos é preciso saber se não existem aldeias acima ou gado por perto, pois podem contaminar a água. 

O que levar

Esta caminhada não requer tenda nem utensílios para cozinhar o que diminui a lista de coisas a levar. Nos não levamos nada de especial, como saímos de Portugal apenas com uma mochila, não precisamos de deixar nada em Mestia, embora seja possível pedir por exemplo nas guesthouse par aguardarem as nossas coisas. 

  • Muda de roupa para 4 dias
  • Roupa impermeável.
  • Calçado de caminhada.
  • Uma lanterna
  • Um mapa do percurso, físico ou digital.
  • Dinheiro, não existe multibanco. 
  • Água
  • Snacks
  • Uns comprimidos para a barriga.

Outras dicas

Existe internet/rede móvel em grande parte do percurso só em alguns vales é que não ha rede. Nos alojamentos embora por vezes sem grandes qualidade, os alojamentos tem todos internet.

Não existe multibanco, ou seja todas as despesas que terão depois de Mestia, tem de ser pago em dinheiro. Nós gastámos 400 Lari (111€) neste periodo, por isso recomendamos a que levem no minimo 600 Lari (170 € para duas pessoas), caso haja alguma eventualidade.

Uma dica muito útil que vimos antes de ir, foi  fazermos o download do ficheiro .GPS disponível no site Caucasian Trekking e instalarmos a aplicação maps.me. Basta ligarmos o GPS e conseguimos ver exatamente onde estamos, onde estão as subidas, graças ao mapa topográfico e o percurso em si.

Dia 1 | Mestia - Zabeshi | 16.1 km | 763m - Subida : 523m - Descida

O primeiro dia começa em Mestia, nós saímos ao meio-dia e chegámos mais ou menos às 17:30h, pelo que é possível sair de Zugdidi numa das primeiras Marshrutka do dia e começar a caminhada no próprio dia. No nosso caso dormimos em Mestia na guesthouse Eka&Nino, mesmo no centro. Pagámos 30 Lari (8€) e gostámos bastante, o quarto era espaço com casa-de-banho partilhada mas tudo limpo. De manha fomos comprar alguns mantimentos para a caminhada, como fruta, snacks, pão, bebidas e partimos.

A primeira metade do caminho é sempre a subir, por uma zona muito arborizada, com vistas fabulosas sobre as montanhas, em especial sobre Usbha, um cume duplo que domina a paisagem nos primeiros quilómetros. 

Passado cerca de duas horas e meia, chegámos a uma fantástica vista panorâmica, um ótimo local para recarregar energias. De seguida é sempre a descer ou em plano, até à aldeia de Zabeshi, passando por outras aldeias ao longo do caminho. Esta parte do percurso é interessante, porque passamos por entre as aldeias, onde podemos observar o modo de vida das populações, que ao contrário das outras aldeias por onde passámos nos outros dias, estas têm estrada de alcatrão perto, por isso acabam por ter uma dinâmica maior, crianças a ir para a escola, mais residentes…

Os últimos quilómetros são feitos por uma estada de alcatrão praticamente sem carros, rodeados por montanhas e animais. 

No dia anterior, reservámos uma guesthouse na vila de Zabeshi, chamada Tanano. É uma casa típica georgiana, onde fomos recebidos por uma senhora muito simpática, que quase sem falar inglês, fez nos sentir em casa. O espaço era humilde mas asseado.

Pagámos 100 Lari ( 27€) por uma noite, duas pessoas, com jantar, pequeno almoço e almoço. A casa tinha uma torre de Svan e uma vista linda para as montanhas.

Dia 2 | Zabeshi - Adishi | 10.1 km | 909m - Subida : 527m - Descida

O segundo dia começa novamente com uma subida, com quase 900 metros de ascensão, parte por entre as árvores e mais para o final por uma zona com vegetação rasteira. No final da subida chegámos aos teleféricos usados durante alguns meses para levar as pessoas às pistas de ski que existem na zona.

Neste dia, subimos até aos 2500 metros de altitude, onde ficámos rodeados por cumes com mais de 4000 metros, uma paisagem absolutamente deslumbrante. Esta subida levou-nos até outro vale, com o rio glaciar  Adishchala a marcar a paisagem.

Passados alguns quilómetros a descer o vale, deparámos-mos com a aldeia de Adishi, cerca de 6h depois de termos saído de Zabeshi, na nossa opinião a mais rural e remota de todas as que passámos. Algo comum a praticamente todas as aldeias é o facto de metade das casas serem guesthouse, no entanto não é por isso que não mantêm as suas tradições e o modo de vida rural. As guesthouse basicamente é casa das pessoas, em que o primeiro andar tem 2, 3 ou 4  quartos com uma casa de banho, enquanto no andar de baixo vive a família. 

Esta aldeia está praticamente isolada, existe apenas este caminho pedestre e uma estrada acessível a 4×4. Na noite em que dormimos aqui, a partir das 8 da noite toda a aldeia ficou sem luz e quando saímos às 11h, ainda não havia.. à noite comemos à luz das velas na sala/cozinha da família, aquecidos pelo seu fogão a lenha.

Dormimos na Guest House Koba Kaldanis por 80 Lari ( 22 €) com  jantar para dois, a casa era simples e não foi servida muita comida ao jantar, mas foi o suficiente.

Dia 3 | Adishi - Iprali | 18.7 km | 860m - Subida : 1069m - Descida

O terceiro dia é o mais longo dos quatro, atravessa um rio glaciar e leva-nos ao ponto mais alto desta caminhada, a 2737 metros. Recomendamos a não partirem de Adishi muito tarde, para não chegarem de noite a Iprali.

A rota segue pelo vale, ao longo do rio em direção ao glaciar, até que passado 1h e meia chegamos ao local para passar para a outra margem. O rio como é proveniente o degelo do glaciar, tem um caudal maior no inicio no verão ou quando há chuvas intensas. Na altura em que nós fomos (Outubro) o caudal estava baixo e molhámos as pernas até um pouco a baixo dos joelhos. 

A travessia não foi muito perigosa, o máximo que podia ter acontecido era termos caído e molhar-nos todos com água pouco acima dos 0º ou fazermos uma entorse. 

É possível passar o rio a cavalo. Quando estávamos a chegar, estava a passar um senhor que perguntou se queríamos passar, tinha acabado de passar com um grupo de 10 espanhóis. Nós não aceitámos mas o valor é 20 Lari (5,5€). Nós fomos um pouco fora de época, mas pelo que lemos na internet nos meses de julho/agosto está sempre alguém na parte da manha a cavalo para quem quiser passar, fora dessa época convém falar com alguém em Adishi.

Após a travessia do rio, começámos a subida até ao Chkhunderi pass, o caminho é sempre por entre as árvores, com vistas fenomenais para o glaciar. Na fotografia em baixo vê-se claramente o tamanho máximo que glaciar já atingiu. Por estarmos em outubro, o glaciar está mais pequeno que no pico do Inverno pois já esteve a descongelar durante o Verão todo, a alimentar o rio que passámos uns quilómetros  antes.

Quando chegámos ao fim da subida, tivemos uma vista panorâmica incrível paras montanhas o Cáucaso e para o caminho que tinhamos acabado de fazer. foi um ótimo momento para descansar e ingerir umas calorias para os quilómetros que nos faltavam. Esta parte do caminho é muito agradável, o terreno é algo árido e vamos descendo pelo vale até outro rio glaciar, sempre com paisagens incríveis pintadas com lindas cores de outono.

A cinco quilómetros de Iprali, passámos pela aldeia de Khale, que basicamente são duas ou três casas juntas. Uma delas é uma guesthouse e vende umas bebidas no andar de baixo, o que depois de tantos quilómetros caiu quem nem ginjas.

Esta guesthouse é bastante mais económica do que as da aldeia mais em baixo. No dia em que passámos estava a 25 Lari (7 €) por noite para duas pessoas. Este foi o dia em que vimos mais caminhantes e foi também o único dia em que não tínhamos alojamento reservado.

Quando chegámos a Iprari não haviam muitos alojamentos disponiveis, acabámos  por ficar num chamado UCHA,  não era uma casa de família, era mais um pequeno hotel, com acabamentos recentes e uma decoração interessante. Pagámos 140 Lari (39€) com dormida, jantar e pequeno-almoço. Não foi propriamente barato, tendo em conta o que pagámos nos restantes locais onde dormimos na Geórgia, mas acaba por não ser caro quando comparado com Portugal.

Dia 4 | Iprali - Ushguli | 12.4 km | 677m - Subida : 436 m - Descida

O pequeno almoço foi servido às 8 da manha, o que nos levou a sair de Iprali por volta das 9 horas em direção a Ushguli Nos primeiros quilómetros, continuámos a descer até à estrada, que liga Usghuli a Mestia e que iriamos percorrer umas horas depois. Algumas pessoas apanham aqui um táxi partilhado até Usguli, só recomendamos esta hipótese para quem tenha pouco tempo para fazer esta caminhada, de outra maneira o caminho vale muito a pena. 

O percurso nesta parte não está muito bem marcado e é necessário passar por 2 portões, mas não há problema é mesmo suposto fazê-lo, mais à frente começam a aparecer as sinalizações do percurso. Primeiro é preciso passar o rio, ainda na estrada e virar para a esquerda para um caminho que passa num pequeno portão. Depois, segue-se em frente até a uma pequena aldeia, onde se vira novamente à esquerda, onde se encontra o segundo portão.

Em seguida, subimos a encosta e fomos caminhando por entre as árvores e terrenos com vegetação rasteira, com vistas lindas sobre o vale, coberto de árvores com as diferentes cores de Outono e de cumes brancos.

Uma das coisas que nos marcou nesta caminhada foi termos sido confrontados com a ruralidade presente nesta parte da Geórgia, desde trabalhos agrícolas feitos com recurso a força animal, métodos de criação de gado extensivo sem vedações ou como na fotografia em baixo ou um cão faminto a comer uma vaca que morreu no campo.

Quando faltavam cerca de 2 km e meio, chegámos à estrada de terra batida que liga Usghuli ao resto da Geórgia. Na verdade Usghuli, é um conjunto de aglomerações de casas no sope o monte Shkhara, o pico mais alto da Geórgia com 5 193 m

Esta aldeia é uma aldeias permanentemente habitadas mais altas da Europa, a 2100 metros de altitude. Aqui os Invernos são rigorosos e durante 6 meses está tudo coberto de neve e gelo, ficando por vezes semanas sem contacto com o exterior. 

Chegámos à aldeia quatro horas e meia depois de termos saído de Iprali, o que deu tempo para darmos uma volta pela zona e voltarmos ao inicio da tarde para Mestia, numa carrinha 4×4 que dividimos com outros turistas. Pagámos 20 Lari (5,5€) por pessoa, mas o valor não é certo.. outro casal que viajou connosco pagou 30 Lari pp. São cerca de uma hora e meia para percorrer os 46 km que separam Mestia de Usghuli. Nos primeiros quilómetros a estrada está em bastante mau estado, resultado das sucessivas avalanches e derrocadas.

À hora que chegámos a Mestia já não havia Marshrutka para Zugdidi, por isso ficámos mais uma noite em Mestia. Tentámos dormir no mesmo sitio que tínhamos dormido quando chegámos, mas como não tínhamos reservado a senhora da guesthouse, disse para irmos para o hotel Svaneti, que pagávamos o mesmo valor.

Assim fomos e o quarto acabou por ser muito superior, com casa de banho privativa, acabamentos mais recentes  e vistas excelentes para as montanhas. 

Nesse mesmo dia, comprámos um bilhete de Marshrutka para Zugdidi de onde apanhámos um comboio em direção a Tiblissi.

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