Transformação da Carrinha #9 – A Cozinha, os Móveis e a Mesa

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Cozinha

A cozinha foi uma parte fundamental na transformação da carrinha e queríamos que tornasse possível cozinhar o que se cozinha numa cozinha normal.

Devido à planta da carrinha, a nossa bancada ficou limitada a 140cm. Queríamos a zona da cozinha com uma divisão para a cama, e acabou por ser a casa de banho a fazer esse papel, e como temos logo ali a clarabóia não fica a cheirar muito a comida dentro da carrinha.

Quando decidimos onde íamos fazer a cozinha a primeira coisa que pensámos foi em fazer uma janela, mas quando a fizemos percebemos que a bancada para ficar a uma altura funcional iria ter que tapar um pouco da própria janela.

Isto aconteceu porque devido aos relevos da carrinha a janela não podia ir mais para cima, no final acabou por ficar tudo normal e nem no interior nem no exterior se nota nada de especial

Ter uma janela nesta zona é muito importante por causa da circulação de ar, se possível deve-se fazer uma clarabóia perto, que foi o que nós fizemos.

A bancada acabou por ficar a 85 centimetros de altura e com 50 centímetros de largura o que é suficiente para acomodar o frigorífico, o lava loiça e o fogão/forno.

Algo que queríamos muito ter nesta carrinha, era um forno pois permite fazer outro tipo de cozinhados, algo que nos faltou quando vivemos 9 meses na auto caravana.

Fogão/Forno

Comprámos um forno/fogão da Jocel, e sinceramente estamos mesmo muito contentes com a compra.

Os bicos de fogão funcionam perfeitamente, tal como o forno, para além disso tem o tamanho/peso ideal, a única coisa que falta é o forno ter Grill.

Nota: Quem quiser legalizar a carrinha e tiver que ir a uma inspecção, este fogão não pode ser usado pois supostamente não é homologado para uso no interior. No nosso caso não tivemos que ir a nenhuma inspecção, mas se tivéssemos ido, tínhamos tentado arranjar um especial para auto caravanas só para a inspecção e depois púnhamos este.

Frigorífico

A nível do frigorífico comprámos um eléctrico de compressão a 12v (50w), com 65L. Optámos por este frigorífico ao contrário do que tínhamos na nossa auto caravana, que era um trivalente (gás/12v/220v) por várias razões.

A primeira é que assim não temos de estar constantemente com o gás ligado e uma chama acesa, o que nós deixa mais à vontade, embora tenhamos estado 9 meses praticamente seguidos com um a funcionar dessa maneira, sem problemas.

A segunda razão é que embora tenha sido caro (600€), se quiséssemos um a trivalente  nunca iríamos pagar menos que 350 €, por um usado em boas condições e 500 € por um novo. 

Por fim, o desempenho, arrefece muito mais rapidamente/eficazmente que o de absorção, pode estar calor dentro da carrinha e o sol a bater na parte de trás dele, que as coisas mantêm-se frias. Ao contrario dos de absorção (trivalentes) que aquecem. 

Outro factor importante é que se a carrinha estiver inclinada ele funciona na mesma, algo que novamente não acontece com os de absorção. Este frigorífico quase não precisa de ventilação, ou seja não é preciso fazer uma grelha no exterior da carrinha, nem instalar ventoinhas extra.

Por outro lado tem duas desvantagens. Uma delas é que faz  algum barulho, se a carrinha fosse mais pequena e dormíssemos mesmo ao lado dele provavelmente já o tínhamos vendido, mas como estamos em sítios opostos à noite, não há problema.

Outro problema é que embora não gaste gás, gasta electricidade, isto faz com que necessitemos quase que obrigatoriamente de uma segunda bateria e de um painel solar.

Para além disso o que reparámos é que é complicado também não ter uma relé que permita a segunda bateria carregar com o movimento do carro, de maneira a termos energia suficiente.

Nós já a íamos instalar, mas de qualquer das maneiras nas duas semanas que viajámos sem a relé, tivemos alguns dias de nuvens e a bateria com o frigorífico ligado, luzes, carregamento de pc, telemóveis.. esforçou-se para dar razão ao consumo que fazíamos.

Nota: No inverno não estamos a ter este tipo de problemas com energia, embora ainda não tenhamos a relé, pois o frigorífico trabalha muito menos pelo que quase não o ouvimos e ele gasta muito menos energia. Temos tido dias com chuva, e com pouco sol e mesmo assim conseguimos ser auto-suficientes apenas com o painel se 100W.

No final, sentimos que compensou mas quem tiver um pouco menos dinheiro para gastar também fica bem servido com o trivalente, se estiver em boas condições

Lava Loiça

Para o lava loiça, comprámos um normal de casa, com 38×34 centímetros de 16 de profundidade.

A contrução

A construção desta parte não foi muito planeada, o que fizemos foi simplesmente ir construindo aos poucos, começando pelas estruturas verticais.

Começámos pela zona do fogão. Como o fogão não é muito alto fizemos uma estrutura elevada de maneira a tê-lo por cima e arrumação por baixo.  O forno acaba por aquecer bastante tudo o que está à volta pelo que tivemos que proteger esta zona com materiais apropriados anti-inflamáveis.

Usámos lã-rocha com folha de alumínio que aguenta até 600º, e unimos tudo com fita cola de alumínio para ficar uniforme.

Na fotografia dá para ver que colocámos mais 4 pés, para servirem de suporte à parte em que assenta o fogão, depois aparafusámos directamente esta estrutura à casa de banho e ao chão.

Tivemos que fazer um orifício para a mangueira do gás passar para as ”traseiras” do móvel. O fogão fica preso por madeiras que assentam na parte da frente e por cima.

Em seguida colocámos a parte vertical do lado direito, que aparafusámos ao chão.  Depois colocámos o frigorífico, por cima de um bocado de isolamento, para evitar vibrações.

Depois unimos as partes de cima, com ripas de 34x34mm, que será onde vai assentar a bancada, fizemos isto de maneira a coincidir com o final do fogão.

Como quisemos ter uma gaveta na parte de cima, o 3º suporte vertical teve de ser mais curto, está feito de maneira a prender o frigorífico.No final para evitar vibrações, acrescentámos uma ripa na horizontal.

Entre o frigorífico e o fogão decidimos ter o sistema eléctrico, vê aqui como fizemos.

Com esta parte feita, avançámos para a bancada. Para a cortarmos fizemos a lápis a marcação de onde iria assentar o fogão e o lava louça. a primeira parte é a mais importante, pois vai continuar a servir de tampa e convém que fique certo, enquanto a segunda apenas é preciso que fique um buraco mais ou menos com o diâmetro do lava louça.

Embora não tenha ficado totalmente certo, pois não tínhamos as ferramentas indicadas, é algo que não se nota e acabou por ficar bem.

Depois com dobradiças pusemos a tampa do fogão e com uns restos de madeira fizemos uma protecção lateral para as coisas não caírem para as traseiras. Apenas fixámos a tampa no final de tudo.

Depois de termos a estrutura da cozinha feita, aplicamos como que uma ”moldura” em pinho, de maneira a dar um acabamento bonito. No fim pintámos de branco. A gaveta fizemos de uma maneira simples, sem calhas e ficou bastante bem.

Com esta parte feita, fizemos a parte visível da gaveta e as portas dos armários. Usámos dobradiças e puxadores simples. No final ficou com um ar rústico, que era exactamente o que queríamos.

Por fim fizemos a zona por baixo do lava louça, que fixámos com silicone (cola e veda). Aproveitamos para colocar o interruptor do frigorífico, da bomba de água e um voltímetro.

Mesa

A mesa foi bastante fácil de fazer  e acabou por ficar melhor do que o parecia ao início. Decidimos colocar a mesa ao lado da janela do lado da porta, imediatamente depois da janela para ficar o mais alto possível.

Comprámos uma calha tubular deslizante com 100 centimetros, depois com um bocado de pinho de 60×50 fizemos um tampo. O pé é um pé que recolhe e encolhe.

A mesa dá perfeitamente para os dois e desliza com facilidade. No inicio tínhamos pensado que íamos recolher a mesa, mas a verdade é que com o espaço que temos à frente da cozinha é raro precisarmos de tirar a mesa.

O pé comprámos um extensível e fica sempre posto.

Móveis

Os móveis, a par da decoração foi a última coisa que fizemos, isto porque acaba por ser o mais dispensável, pelo que só o fizemos quando tivemos tempo.

Começámos por fazer o móvel na parte de cima da cozinha, que utilizamos para guardar a comida. No inicio não sabíamos como é que o íamos fazer, isto porque a carrinha é torta na parte superior, o que dificultou muito a tarefa.

O primeiro passo foi decidir as dimensões. É preciso ter algum cuidado nesta parte para não fazer algo demasiado grande e que tape a visibilidade e o acesso à bancada.

Cortámos duas ripas com o cumprimento da bancada e fizemos a estrutura que está na fotografia acima. Usámos L’s para ligar as ripas. Para prendê-las à estrutura da carrinha, suámos parafusos para a parte lateral e L’s, entortados para a parte do fundo. As ripas foram postas onde posteriormente vão ser aparafusadas as portas.

Como o tecto é torto o armário ia sempre ficar torto, pelo que decidimos alinha-lo com a bancada , o que fez com que o lado direito fosse mais curto que o esquerdo. Decidimos deixar esta parte sem porta, primeiro para ser uma zona ‘diferente’ e de fácil acesso, e depois porque acaba por se notar menos o facto de estar inclinado.

Para a parte de baixo, usámos contraplacado de 5mm. No final aplicámos duas luzes iguais às que temos no tecto. 

O último movel que fizemos, surgiu depois de vivermos na carrinha durante algum tempo, e veio resolver ‘alguns problemas’ que tínhamos. Precisámos de um sitio para por o lixo, a reciclagem, os ténis  e o garrafão de água.

É engraçado, mas quando tínhamos a nossa autocaravana também  não tínhamos um sitio porreiro para estas coisas e acabavam sempre por ficar em algum lado ‘incomodativo’.

Resolvemos fazer um pequeno móvel na parte da divisão com a parte da frente. Foi feito para acomodar 3 garrafões de 6l ( 1 com água e os outros dois com lixo/reciclagem) e para poder ter 4 pares de tennis e uma planta.

Foi bastante simples fazer este móvel, a ideia saiu naturalmente e foi apenas preciso ver as dimensões necessárias, de maneira a não ocupar muito o espaço e a podermos manter a zona a frente da cozinha livre, algo que nos faz muita falta.

A planta é uma Dracaena Margiata, que é de crescimento lento, ocupa o espaço ideal e é para ter no interior.

Preços dos materiais

Cozinha

  • Ripas de madeira 34×34 = 19 €
  • Painel de pinho =  30 €
  • Lã Rocha 30mm 0,6m2 = 13 €
  • Fita alumínio = 3 €
  • Frigorífico Indel B 50w 65l = 600 €
  • Fogão Campismo Jocel = 150 €
  • Lava Loiça = 30 €
  • Puxadores = 7 €
  • Iman’s = 4 € 
  • Tinta Branca = 6 €
  • Misturadora Lavatório = 20 €

Total = 882 €

Moveis e Mesa

  • Calha tubular deslizante = 17 €
  • Pé extensível = 20 €
  • Puxadores = 7€
  • Dobradiças = 5 €
  • Madeiras várias = 15€
  • Planta = 15 €
Total : 79 €

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10 thoughts on “Transformação da Carrinha #9 – A Cozinha, os Móveis e a Mesa”

  • obrigado por partilhar a sua experiência na transformação da auto vivenda já agora não a tendo legalizada isso não lhe ira trazer problemas. Já agora gostava de saber onde comprou os equipamentos para a transformação que em minha opinião são relativamente baratos e qual o preço final obrigado e comprimentos

  • Olá!
    Desde já parabéns pela iniciativa! Super útil!
    Opá… ando já há muito à procura de um fogão Jocel, como o vosso, mas não encontro em lado nenhum.
    Será que me podem dizer onde o encontraram?

    Obrigado!
    Fábio

    • Boas Fábio, muito obrigado !
      Olha comprámos o fogão na Hiper Real, uma loja em Leiria. Pesquisei agora na net para te enviar o link mas aparece como indisponível..
      Penso que a Campinet também vende, mas é mais caro.
      Boa sorte !

  • Boa noite,

    Será que me podiam infromar onde comprar esse fogãozinho tao jeitoso? ou onde poderei adquirir um igual…

    Obrigado e continuação
    Diogo

    • Boas Diogo,
      infelizmente a loja onde o comprámos já não o vende,
      mas procura em sites de venda de material de autocaravanas, o valor é mais elevado mas encontras.
      Boa sorte !

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